A televisão,
como a maioria das tecnologias, evoluiu muito desde a sua estreia. Primeiro,
houve a mudança da TV preto-e-branco para a colorida. Depois, os fabricantes
começaram a oferecer televisores em formatos maiores, usando vários métodos de
projeção. Nas últimas duas décadas, nós vimos as tecnologias de LCD e plasma
avançarem ao ponto em que você pode sair e comprar uma televisão de 61
polegadas (cerca de 155 cm na diagonal) e apenas alguns centímetros de
espessura. E a televisão de alta-definição (HDTV) nos proporciona uma imagem
tão mais vibrante e nítida que é quase como se você não estivesse olhando para
uma coleção de pixels.
Philips / Divulgação
Toda uma nova geração de tevês, como o modelo Quad Full Autosteroscopic 3D HD, da Philips, começa a chegar ao mercado consumidor sem a necessidade de usar óculos.
Toda uma nova geração de tevês, como o modelo Quad Full Autosteroscopic 3D HD, da Philips, começa a chegar ao mercado consumidor sem a necessidade de usar óculos.
Vendo em três dimensões
Como você olha para um objeto no mundo real e o vê como um objeto tridimensional, mas se você vir o mesmo objeto na tela da TV ele parece chato? O que acontece e como a tecnologia 3D contorna esse problema?
Tudo tem a ver com a forma como nós focalizamos os objetos. Nós vemos coisas porque nossos olhos absorvem a luz refletida dos itens. Nossos cérebros interpretam a luz e criam uma imagem em nossas mentes. Quando um objeto está longe, a luz viajando para um olho é paralela com a luz viajando para o outro olho. Mas à medida que o objeto chega mais perto, as linhas não são mais paralelas - elas convergem e nossos olhos "trocam" para compensar. Você pode ver esse efeito em ação se você tentar olhar algo que está bem na frente do seu nariz - você vai conseguir uma adorávelexpressão de olhos cruzados.
Quando você focaliza um objeto, seu cérebro leva em conta o esforço exigido para ajustar seus olhos para focalizá-lo, bem como o quanto seus olhos tinham de convergir. Juntas, essas informações permitem estimar quão longe um objeto está. Se seus olhos tiverem de convergir bastante, então é lógico que o objeto está perto de você.
O segredo dos filmes e televisores 3D é que ao mostrar a cada olho a mesma imagem em duas posições diferentes, você pode fazer seu cérebro pensar que a imagem chata que você está vendo tem profundidade. Mas isso também significa que os pontos de foco e convergência não casem com o modo com que eles fazem em objetos reais. Embora seus olhos possam convergir para duas imagens que parecem ser um objeto bem na sua frente, eles, na verdade, estão focando em uma tela que está mais longe. É por isso que você fica com a vista cansada se tentar assistir a muitos filmes 3D de uma mesma cadeira.
Como você mostra duas imagens diferentes que parecem ser apenas uma? Está tudo nas lentes.
Óculos passivos
Nos negócios 3D, há duas grandes categorias de óculos 3D: passivo e ativo. Lentes passivas se baseiam em uma tecnologia simples e provavelmente são aquilo que vem à sua mente quando se ouve o termo óculos 3D. Os clássicos óculos 3D têm lentes anáglifas.
Lentes anáglifas usam duas lentes de cores diferentes para filtrar as imagens que você vê na tela da TV. As duas cores mais comuns são vermelho e azul. Se você olhasse para essas telas sem seus óculos, você veria que há dois conjuntos de imagens levemente deslocadas uma da outra. Uma terá uma tinta azul nela e a outra, um tom avermelhado. Se você colocar seus óculos, você verá uma única imagem que parece ter profundidade.
Filmes com versão em 3D são comercializados com um par de óculos passivos, de lentes polarizadas, os mais associados com entretenimento tridimensional. |
O que está acontecendo aqui? As lentes vermelhas absorvem toda a luz vermelha vinda da televisão, cancelando as imagens de tom avermelhado. As lentes azuis fazem o mesmo com as imagens azuis. O olho atrás da lente vermelha somente verá as imagens azuis, enquanto o olho atrás da azul vê somente as vermelhas. Como cada olho pode ver apenas um conjunto de imagens, seu cérebro interpreta isso de forma que ambos os olhos estejam olhando para o mesmo objeto. Mas seus olhos estão convergindo em um ponto que é diferente do ponto focal - o foco sempre será a tela da sua televisão. Isso é o que cria a ilusão de profundidade.
Hoje, o mais popular tipo de lentes passivas em cinemas pode ser encontrado no óculos polarizados. De novo, se você olhar para uma tela que usa essa tecnologia, você veria mais de um conjunto de imagens. Os óculos usam lentes que filtram as ondas de luz projetadas em certos ângulos. Cada lente permite luz apenas na que está polarizada de forma compatível. Por causa disso, cada olho verá apenas um conjunto de imagens na tela. Lentes polarizadas estão se tornando mais populares que os óculos anáglifos porque os óculos não distorcem tanto a luz da imagem e proporcionam uma melhor experiência ao público. Mas é muito difícil usar a técnica da polarização para sistemas de home theater- a maioria dos métodos exigiria que você cobrisse a tela de sua tevê com um filme de polarização especial primeiro.
Agora vamos dar uma olhada nos óculos ativos.
Óculos ativos e TV 3D prontas
Nos últimos anos, engenheiros apareceram com uma nova forma de criar imagens tridimensionais em cinemas e televisões. Você ainda usa óculos 3D com este método, mas eles não têm lentes coloridas. O método não compromete a qualidade da cor da imagem como fazem os óculos anáglifos. E também não exige que você coloque um filme de polarização na tela da sua tevê. O que ele faz é controlar quando cada um de seus olhos pode ver a tela.
O óculos usa a tecnologia de LCD para se tornar uma parte ativa da experiência de observação. Eles têm sensores infravermelhos que permitem que eles se conectem sem fio com seu televisor ou display. À medida em que o conteúdo 3D aparece na tela, a imagem alterna entre dois conjuntos da mesma imagem. Os dois conjuntos estão deslocados um do outro, de modo similar ao que acontece com os sistemas de óculos passivos. Mas os dois conjuntos de imagens são mostrados ao mesmo tempo - eles ligam e desligam a uma taxa de velocidade incrível. Na verdade, se você olhasse para a tela sem os óculos, ela apareceria como dois conjuntos de imagem simultâneos.
Os óculos 3D ativos vêm com lentes de LCD. |
As lentes LCD nos óculos alternam entre ser transparente e opaco à medida que as imagens se alternam na tela. O olho esquerdo apaga todas as luzes quando a imagem do olho direito aparece na televisão e vice-versa. Isso acontece tão rápido que sua mente não pode detectar as lentes piscando (flicker). Mas porque ela está sincronizada exatamente com o que está na tela, cada olho vê apenas um conjunto das imagens duplas que você veria se não estivesse usando os óculos.
Por muitos anos, as telas de LCD e plasma não foram boas candidatas para esse tipo de técnica. As taxas de refresh - a velocidade em que a televisão substitui a imagem na tela - foram muito baixas para que a tecnologia funcionasse sem que o espectador detectasse o flicker com os óculos. Mas agora você pode encontrar displays de plasma e LCD com taxas de refresh incríveis.
As taxas de refresh são apenas um das partes de uma televisão qualificada como 3D-ready, ou prontas para 3D.
Televisores prontos para 3D
Você não pode usar um televisor padrão e esperar que os óculos ativos funcionem. Você precisa ter alguma maneira de sincronizar as imagens alternando na tela com suas lentes LCDs dos óculos. É aí que o conector dosincronizador de sinal estereoscópico entra. Trata-se de um conector padrão, com três pinos que plugam em uma porta especial do televisor ou da tela 3D Ready. A outra ponta do cabo pluga em um emissor de raios infravermelhos. O emissor envia o sinal para seu óculos 3D ativo. É isso que sincroniza as lentes LCDs com a ação na tela.
Todos os televisores acima de 60 polegadas da Mitsubishi para home theater são 3D Ready e pedem o uso de óculos ativos. |
O conector opera usando lógica transistor-transistor (TTL). Um pino no conector carrega eletricidade de baixa voltagem. Um segundo pino age como fio terra. E o terceiro pino carrega o sinal do sincronizador estereoscópico.
Há dois tipos diferentes de óculos 3D ativos e eles não são compatíveis um com o outro. Eles são o os óculos 3D E-D e ELSA. Embora os emissores dos dois óculos funcionam com o sincronizador de sinal estereoscópico padrão, os óculos E-D apenas funcionarão com um emissor E-D. Embora um par de óculos ELSA possa sincronizar com um emissor E-D, os óculos não vão funcionar direito. Por exemplo: quando o emissor E-D envia um sinal para a lente esquerda ser transparente, os ósculos ELSA vão deixar a lente opaca e fazer com que a lente direita fique clara.
Mesmo se você tiver um televisor 3D Ready, um emissor e um par de óculos ativos, nem tudo em sua tevê vai parecer ser tridimensional. Os fornecedores de conteúdo devem otimizar o sinal para 3D primeiro. Embora seja possível modificar uma filmagem existente para conteúdo 3D, alguns provedores preferem criar vídeo tendo o 3D em mente antes. Atualmente, a maneira mais fácil de ver conteúdo 3D é conectar um computador à sua televisão 3D Ready usando um cabo HDMI, e em seguida enviar o conteúdo 3D do computador para a telvisão. No futuro, nós provavelmente veremos mais DVD players capazes de enviar sinais 3D para os televisores e talvez até incorporar transmissões 3D a serviços de cabo e satélite.
Telas lenticulares
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Embora a tecnologia 3D seja impressionante, algumas pessoas ainda querem uma solução que não exija o uso de óculos. Tem havido várias tentativas de criar um display capaz de projetar imagens em um espaço tridimensional. Algumas envolvemlasers, outras projetamimagens em uma névoa fina ou em fumaça artificial, mas esses métodos não são comuns ou práticos.
Há uma maneira de criar imagens tridimensionais que você pode ver em lugares como estádios esportivos ou em um hotel durante uma grande conferência. Esse método se baseia em um display coberto com um filme lenticular. Lentículas são minúsculas lentes na parte inferior de um filme especial. A tela exibe dois conjuntos da mesma imagem. As lentes direcionam a luz das imagens para os seus olhos - cada olho vê apenas uma imagem. Seu cérebro coloca as imagens juntas e você as interpreta como uma imagem tridimensional.
Essa tecnologia exige que os fornecedores de conteúdo criem imagens especiais para que o efeito funcione. Elas devem interlaçar os dois conjuntos de imagem juntos. Se você fosse tentasse ver essas imagens em uma tela normal, você veria uma imagem borrada.
Outro problema com os displays lenticulares é que eles dependem do público estar em pontos ideais para ter o efeito 3D. Se você se mover para a direita ou para a esquerda de um desses pontos, a imagem na tela começa a borrar. Mas se você mudar de um ponto marcado para outro, a imagem fica nítida. As televisões futuras podem incluir uma câmera que rastreia a sua posição. O aparelho será capaz de ajustar a imagem de modo que você esteja sempre em um ponto ideal. Se isso vai funcionar para múltiplos telespectadores, ainda é uma incógnita.
Algumas pessoas experimentam uma sensação similar ao enjôo por movimento depois de assistir a um display reticular por mais de alguns minutos. Isso se deve, provavelmente, ao fato de seus olhos terem de fazer trabalho extra para lidar com a discrepância entre foco e convergência. Mas por outro lado, você não tem de se preocupar em perder um caríssimo par de óculos ativos.
A tevê 3D vai se tornar a próxima grande tendência ou está destinada a ser um modismo que vai e volta a cada par de décadas? Ainda é cedo para saber. Mas a tecnologia continua a melhorar. Pode não demorar para que você pule para fora do caminho da próxima vez que um jogador de beisebol acertar um home run em direção à câmera.
Vlw pessoal! ....
fonte:hsw.uol.com.br
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